sexta-feira, 14 de agosto de 2020

ARTE

Arte – Profª Luciene – 14/08/2020
A história da humanidade por meio da pintura II
  1. Para entender melhor sobre graffiti e como essa arte pode registrar nossas vidas, convidamos um grafiteiro, que é morador da Vila Jaraguá, Dinas Miguel, para contar um pouco sobre o seu trabalho, amplamente reconhecido, tendo recebido da Câmara Municipal de São Paulo o prêmio Sabotage, como o “melhor grafiteiro de São Paulo”, no ano de 2018 e em 2020 pela importância de seu trabalho na região noroeste de São Paulo. Analise as obras a seguir e leia a entrevista com o artista:
Goodbros Empatia e Acessibilidade e Inclusão
Dinas Miguel - Mêddêro Conexão Negócios

Qual a sua formação e onde atua?
 Com 15 anos, já dava aulas de graffiti dentro do projeto Escola da Família e, a partir desse projeto, fui levado à universidade, sou o primeiro dentro do meu núcleo familiar a ingressar numa universidade, estudei Artes Visuais e nesse período aprendi a lecionar, dei aulas em diferentes lugares como: escolas públicas e particulares, em ONGS, Fundação Casa, para menores em liberdade assistida e em comunidades, dentre outros. Ao mesmo tempo, trabalhava com aerografia, que é uma linha mais comercial. Depois, fiz uma pós-graduação em Meio Ambiente e aprendi que o meio ambiente está em nós, ou seja, na forma como vivemos, como nós tratamos, respeitamos o próximo e nos colocamos no lugar do outro. Então, utilizo muito essa formação dentro do meu trabalho.



Quando e como foi seu primeiro contato com o graffiti? 
No Ensino Fundamental, nessa época eu era ruim pra caramba em desenho, mas eu era uma criança criativa, produzia meus brinquedos e gostava de pintar. Em período de Copa do Mundo, me reunia com a galera e pintava a rua, qualquer contato com a tinta era incrível. Lembro que meu primeiro graffiti foi quando estava no 6o ano, me juntei com os amigos e pintamos o muro da casa da avó de um deles, ficou um trabalho bem legal e seguimos fazendo outros graffitis.
Em seus graffitis, são ilustradas pessoas de diferentes etnias, fale um pouco sobre essa poética: 
A poética do meu trabalho inicia pensando nas questões ambientais e começa com uma série chamada Equidade, trazendo a reflexão dos privilégios e diferenças que tanto beneficiam uns e desfavorecem outros. Então, eu trabalho muito com os povos brasileiros, com os originários que são a nossa raiz brasileira, trabalho com o empoderamento, represento em meus graffitis as mulheres pretas e indígenas que são as matriarcas da nossa sociedade, que sustentam, assim como a mãe natureza. Meu trabalho vem nessa linha de resgatar e salientar a beleza, porque a gente vive na periferia e vê facilmente as mazelas acontecendo perto de nós, mas é legal quando nos enxergamos como ser ativo e participativo, nos sentimos pertencentes, o que não vemos muito na TV, porque é muito raro vermos as pessoas pretas ou indígenas nas programações e, quando participam, é em séries muito específicas. Por isso, minha missão é de conectar e transformar a vida das pessoas e os lugares por meio do graffiti dando vez e voz para o nosso povo.
Como você acha que seu graffiti contribui com a informação e a reflexão?
 Através dos temas dos meus trabalhos, eu toco nas pessoas, porque as diversidades afrobrasileira e indígena são muito importantes. Também tenho um trabalho muito forte no fortalecimento da cultura dos Guarani Mbya, que vivem nas Aldeias da Terra Indígena do Jaraguá, região onde moro. As escolas também utilizam do meu trabalho de forma educacional e como forma de propagar a cultura brasileira, mostram para as crianças a possibilidade não só de arte, mas também, de um diálogo, a troca reflexiva, de entender questões raciais, a diversidade e, principalmente, de como nos colocamos no lugar do outro, pois somos agregantes com as nossas diferenças e teremos muito a ganhar se aprendermos isso.

Vamos contextualizar!
Responda:
2. Como é possível fazer uma reflexão a partir de uma imagem?
3. Explique qual a importância de a arte utilizar a diversidade como tema:
4. No painel, produzido na fachada da EDUCAFRO, foram representadas cinco pessoas afrodescendentes, são elas: Dandara dos Palmares, Zumbi dos Palmares, Marielle Franco, Luiz Gama e Esperança Garcia. Você conhece a história de alguma dessas pessoas ou já ouviu falar? Pesquise uma delas e faça seu comentário:
Sementes da Marielle: pessoas que se inspiram na luta - Brasil - iG
Boa aula!

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