quarta-feira, 12 de agosto de 2020

LÍNGUA PORTUGUESA

Língua Portuguesa - 7º ano
13/08

Continuação das atividades anteriores conto “Prova de amizade”

r) Observando o momento atual, nossa luta contra a pandemia do coronavírus, você acha que nossos idosos estão sendo tratados com respeito? Explique.

s) Ao final do conto, Kamo do Oeste passa a viver um dilema, pois precisa fazer uma escolha difícil: matar o filho, passar o sangue dele nos olhos de Kamo do Leste para que o amigo volte a enxergar.Se você estivesse no lugar do Kamo do Oeste, qual seria a sua decisão?

t) Para finalizarmos o nosso trabalho com esse conto cheio de aventuras, surpresas e decisões a ser tomadas, você fará uma última atividade que indicará a sua compreensão sobre o enredo de um conto! Como você observou, as autoras, deixam um final aberto, fazendo uma pergunta, levando o leitor a refletir.
Agora,  você  fará  o  papel  de  autor  do  conto  Prova  de  amizade  e  criará  um  final  para  essa  história!  Coloque-se no lugar da personagem Kamo do Oeste e escreva qual foi a decisão dele e como isso aconteceu! Escreva um parágrafo conclusivo, propondo um possível desfecho para o conto.
Boa sorte! Mão na massa! Aliás, mão no lápis...

2.  Agora, retorne ao seu texto e faça uma revisão. Utilize a tabela para ajudá-lo. Se for necessário,
reescreva seu texto.


Analisando o trecho de uma narrativa de aventura
Nesta atividade, vamos ler um trecho de uma narrativa de aventura um pouco mais extensa. Quando estamos lendo um livro, observarmos várias e diferentes personagens que participam da história. Elas podem ser:
*Protagonista: personagem principal. O enredo da história está baseado na personagem principal. Herói da história.
*Antagonista: é a personagem que se opõe ao protagonista, indo contra ela de alguma maneira. Anti-herói da história.
*Secundária: é a personagem que participa da história, mas a trama não é baseada nela, embora também seja de fundamental importância para o desenvolvimento do enredo.
1. O trecho que você lerá agora faz parte da obra “NUNO DESCOBRE O BRASIL”, de José Roberto Torero e Marcus Aurélio Pimenta.
[...]
Capítulo XLII
A dança do macaco
Na manhã do primeiro dia de maio, o capitão avisou que já era hora de prosseguir nossa viagem para as Índias. Antes, porém, pediu a frei Henrique que rezasse mais uma missa.
Assim que ouvimos isso, eu e meu amigo resolvemos apressar as coisas. Tudo teria que acontecer durante a missa.
Eu estava nervoso e até falei para Rolha: “Se o plano der errado e Amaro tomar a nau, quero que saibas que minha amizade por ti é imensa como... como tu.
”Ele ficou emocionado e uma lágrima rolou sobre sua bochecha. Só não caiu no chão porque, quando ela chegou perto de sua boca, Rolha lambeu-a.
Toda a tripulação  foi  à  praia  para  aquela  última  celebração.  Levou-se uma grande  cruz  que  os  carpinteiros haviam talhado no decorrer da semana e entoaram-se cânticos em glória do Pai Celeste.
Os selvagens nos  seguiam  e  demonstravam  respeito  pela  nossa  religião.  Tanto  que  até  imitavam nossos gestos. Quando nos ajoelhávamos, eles se ajoelhavam; quando erguíamos nossas mãos para os céus, eles erguiam as suas, e quando um dos nossos tossia, eles também tossiam.
Lá pelo meio da missa cochichei para frei Henrique que gostaria de cantar o hino”Jesus reluz”.
O frei, depois de pensar um pouco, achou que não havia mal.
Fui então à frente de todos e soltei a voz. Só que, em vez da letra original, cantei assim:
Ladrões, piratas e arcabuz,
Nós teremos que enfrentar.
Pois Amaro jurou pela cruz
Que nossa nau há de roubar.
Logo que terminei, todo mundo virou os olhos na direção de Amaro. Ele então se levantou e gritou:
“Frei traidor! ”
“Eu?”espantou-se frei Henrique.
“Eu vos confessei o plano do motim! E segredo de confissão não se pode revelar! ” 
“A mim não confessaste nada! ”
Percebendo que havia caído na mesma armadilha, Amaro  olhou-me  com  muita,  mas  muita  raiva, e disse: “Dessa vez a história vai ser diferente! Homens, atirem! ”
Porém, quando seus comandados tentaram disparar as arcabuzes, aconteceu algo que ele não esperava: nenhuma bala saiu pelos canos. É que Rolha tinha trocado a pólvora por farelo de biscoito preto.
Imediatamente os guardas de Cabral avançaram sobre os arcabuzeiros e os prenderam. Amaro, porém, conseguiu se livrar e correu na minha direção.
“Agora te pego, Demonuno!”
O que um bravo faria nesta situação?
Ficaria firme e lutaria até o fim das suas forças.
O que eu fiz?
Corri.
Eu saltava troncos, pulava riachos e mandava minhas pernas irem o mais rápido possível. Mas não conseguia me distanciar de  Amaro.  Isso era ruim,  mas  as  coisas  ruins  sempre  podem  ficar  piores. E o pior foi que eu tropecei numa raiz e caí.
Nem tive tempo de pedir ajuda a Deus. Amaro pulou sobre mim e começou a apertar meu pescoço.
“Vai morrer, Demonuno!”
Desconfio que ele estava certo, porque eu não conseguia respirar e já enxergava tudo embaçado. Pensei que dali a pouco ia entrar no paraíso. Fechei os olhos e fiquei atento para ouvir as primeiras palavras do além.
Mas o que escutei foi:
“Aaaai!”
E depois:
“Ai! Minha bunda! Ai! Ai!”
Não sentia mais  nenhuma  mão  em  meu  pescoço.  Abri os olhos  e  vi  Amaro  com  uma  flecha  espetada no traseiro. Ele pulava e girava como se fosse um macaco a dançar.
Guiando-se pelos gritos, os soldados de Cabral nos encontraram e o prenderam.
Só então avistei Porangaba mais ao fundo, com um arco na mão. Ela sorriu para mim e sumiu pelos matos.

Capítulo XLIII
Em que passamos de grumetes a capitães!
Quando voltamos a nau, o capitão Cabral pôs as mãos sobre os nossos ombros e disse:
“Nuno e Rolha, vós  provastes  que  tendes  valor.  Doravante não sereis mais grumetes,  e  sim  meus pajens.”
Aquilo nos deixou alegres, pois significava que teríamos uma vida mais tranquila, trabalhando pouco e mandando nos marinheiros e grumetes. Ficamos tão empolgados com a promoção que começamos a sonhar com nosso futuro.
“Logo seremos contramestres!” eu falei.
“E depois escrivães!”
 Rolha disse.
“E aí, pilotos!”, eu falei.
“E enfim, capitães!”, Rolha disse.
Então fiz uma grande mesura abrindo os braços e comentei com voz pomposa:
“Este vosso capacete de balde está encantador, capitão Rolha.”
“Este vosso cetro de vassoura também é muito elegante, capitão Nuno.”
“Para onde ireis com vossa nau, capitão Rolha?”
“Para as Índias. E vós, capitão Nuno?”
“Vou pelos mares afora.”
“Hei de fartar-me com especiarias!”
“E eu hei de encontrar o paraíso!”
TORERO, José Roberto, PIMENTA, Marcus Aurelius. Nuno descobre o Brasil. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.

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